segunda-feira, 11 de abril de 2011

Toc - Transtorno Obsessivo Compulsivo



T. O. C

O que é transtorno obsessivo compulsivo ?





É uma doença em que o indivíduo apresenta obsessões e compulsões, ou seja, sofre de ideias e/ou comportamentos que podem parecer absurdos ou ridículos para a própria pessoa e para os outros e mesmo assim são incontroláveis, repetitivas e persistentes. A pessoa é dominada por pensamentos desagradáveis de natureza sexual, religiosa, agressiva entre outros, que são difíceis de afastar de sua mente, parecem sem sentido e são aliviados temporariamente por determinados comportamentos.
As obsessões são pensamentos recorrentes caracterizados por serem desagradáveis, repulsivos e contrários à índole do paciente. Tais pensamentos não são controláveis pelos próprios pacientes e causam significativa perda de tempo, sofrimento pessoal e queda no rendimento em atividades. Há perda do controle sobre os pensamentos, e às vezes ocorrem atitudes ou comportamentos que visam neutralizar a ansiedade causada por tais pensamentos. Assim, compulsões podem ocorrer secundariamente às obsessões.
As compulsões são comportamentos, gestos, rituais ou atitudes muitas vezes iguais e repetitivas, conscientes e quase sempre incontroláveis. Os pacientes mantêm a crítica sobre suas atitudes, percebem o fato como absurdo e não sabem ou não entendem o que está acontecendo. Têm medo de ficar loucos e sentem vergonha de contar a outras pessoas, ou até mesmo a um médico o que está acontecendo.
Acomete 2 a 3% da população geral. A idade média de início costuma ser por volta dos 20 anos, porém pode ter início ainda na infância, e acomete tanto homens como mulheres. Depressão Maior e Fobia Social são doenças que podem acometer os pacientes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo ao longo da vida.

Os tipos mais comuns de obssessão

Os tipos de obssessão são variáveis, mas os mais comus envolvem os seguintes temas: contaminação, sujeira, dúvidas, agredir física ou verbalmente alguém, ter um comportamento sexual que a pessoa considera inadequado,religiosos(cometer pecados), superstição,músicas ou palavras indesejáveis.

Quais são os sintomas?

Frequentemente as pessoas acometidas por este transtorno escondem de amigos e familiares essas ideias e comportamentos, tanto por vergonha quanto por terem noção do absurdo das exigências auto-impostas. Muitas vezes desconhecem que esses problemas fazem parte de um quadro psiquiátrico tratável e cada vez mais responsivo à medicamentos específicos e à psicoterapia. As obsessões tendem a aumentar a ansiedade da pessoa ao passo que a execução de compulsões a reduz. Porém, se uma pessoa resiste a realização de uma compulsão ou é impedida de fazê-la surge intensa ansiedade. A pessoa percebe que a obsessão é irracional e a reconhece como um produto de sua mente, experimentando tanto a obsessão quanto a compulsão como algo fora de seu controle e desejo, o que causa muito sofrimento. Pode ser um problema incapacitante porque as obsessões podem consumir tempo (muitas horas do dia) e interferirem significativamente na rotina normal do indivíduo, no seu trabalho, em atividades sociais ou relacionamentos com amigos e familiares. Algumas vezes os sintomas obsessivos, dependendo da severidade, podem se confundir com sintomas psicóticos e delirantes, ou estarem associados a eles, o que torna o tratamento ainda mais difícil.




O portador de TOC e a família

O TOC é um transtorno cujos sintomas, em geral, têm um forte impacto sobre
a família, interferindo nos momentos de lazer ou férias, nos compromissos sociais
e no trabalho. Para evitar conflitos, os membros da família acabam se
acomodando aos sintomas e às exigências do paciente e até mesmo apoiando a
realização dos rituais e os comportamentos evitativos. Tal acomodação, em geral,
é feita com um sentimento de raiva e frustração, que frequentemente é
exteriorizado sob a forma de discussões irritadas, brigas e até agressões físicas.
Conflitos conjugais que podem evoluir para uma separação são muito comuns.
Uma pesquisa verificou que mais de 40% dos familiares de pacientes com TOC
haviam modificado suas rotinas. No caso de o paciente ser o esposo, 88,2% das
esposas tinham se acomodado aos sintomas. O grau de acomodação é maior
especialmente no caso de sintomas graves e diante de outros conflitos entre os
membros da família. Por todos esses motivos muitos consideram o TOC uma
doença familiar, tal o impacto que ele exerce sobre todo o grupo.
Um outro aspecto muito interessante que a ciência está procurando esclarecer
é se existe ou não alguma herança genética e de que forma ela se dá, no TOC,
pois é muito comum que existam várias pessoas apresentando os sintomas, numa
mesma família. Não se sabe se isso ocorre por força de herança genética ou da
influência que um membro podem ter sobre os outros – a chamada aprendizagem
social.
O presente capítulo pretende trazer algumas informações sobre o a influência
dos sintomas obsessivo-compulsivos sobre os demais membros da família e ao
mesmo tempo discutir as atitudes que podem auxiliar o paciente a vencê-los ou
que eventualmente favorecem a perpetuação do transtorno.




 Interferencia dos Sintomas no Funcionamento Familiar

Certos sintomas em particular, interferem de uma forma mais acentuada no
funcionamento da família. Por exemplo, os armazenadores geralmente se sentem
bem ao lado das coisas que juntam, mesmo que a casa esteja completamente
atravancada de objetos sem nenhuma utilidade. Sentem extremo desconforto ou
raiva como se fosse uma violação da sua privacidade caso algum dos seus
objetos tenha sido tocado ou trocado de lugar por outra pessoa que não seja eles
mesmos. Muitas vezes existem dificuldades até para convidar outras pessoas a
visitar a casa e são comuns os conflitos se alguém põe algo no lixo sem o seu
consentimento. Eles têm uma grande necessidade de ter o controle dos seus
objetos, protegendo-os de eventuais danos ou do uso indevido e principalmente
do extravio. Da mesma forma, os que apresentam obsessões de contaminação e
rituais de lavagem, com muita frequência impõe aos demais seus rituais de
limpeza e de isolamento, aos quais a família se submete como forma de evitar
conflitos eventualmente graves. No entanto, a maioria dos familiares não acredita
que essas acomodações contribuam para a melhora do paciente.
Em geral, os familiares compartilham do sofrimento e da aflição do paciente e
acabam sofrendo da mesma forma. Por não tolerarem a impotência sentida ao
assistir a um ente querido se debatendo, prisioneiro de rituais exaustivos e
intermináveis, apoiam sua realização, atendem suas demandas, uma vez que isso
proporciona alívio imediato. Entretanto, não se dão conta de que, com esse
procedimento, eles estão reforçando o transtorno. Uma pesquisa verificou que
aproximadamente um terço dos familiares frequentemente apoiava os pacientes,
participava dos rituais e assumia responsabilidades por eles.





Influência da Família no Tratamento

Se por um lado, o paciente, muitas vezes, induz a família a alterar seus
hábitos (mesmo sem percebê-lo), por outro, conflitos familiares podem agravar os
sintomas do TOC. É comum que os sintomas sejam mais intensos em casa e
diminuam em outros lugares ou ambientes, como durante viagens, por exemplo.
Uma paciente apresentava os sintomas apenas quando estava na casa dos pais.
Quando viajava para uma outra cidade, praticamente desapareciam. Apagava e
acendia várias vezes lâmpadas, televisor, e outros eletrodomésticos. Tinha uma
relação conflituada com sua mãe, uma pessoa muito exigente e crítica. Sempre
que ocorria uma discussão tais sintomas se exacerbavam.
Acredita-se que as atitudes da família em relação aos sintomas (hostilidade,
criticismo, rejeição ou apoio e tolerância) interferem nos resultados do tratamento.
Os familiares tanto podem encorajar na busca de ajuda como desestimulá-la em
razão de desacreditarem em possíveis mudanças. Podem influenciar na adesão
às tarefas, ou em razão do criticismo exagerado, provocar até abandonos. Não é
raro o abandono do tratamento depois de uma discussão ou briga mais acalorada
em casa.


Como se faz o diagnóstico?   

O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado nos sintomas do paciente. Nenhum exame laboratorial ou de imagem é utilizado para o diagnóstico.



Esclarecendo dúvidas sobre a  ( TCC) terapia cognitivo-comportamental


Finalmente, é interessante que os fundamentos e as características da terapia
cognitivo-comportamental sejam esclarecidos também para a família. Em que
pressupostos ela se baseia; que estudos embasaram a sua aplicação e
comprovaram sua efetividade; o que acontece durante a terapia: o aumento inicial
da ansiedade em razão dos exercícios, o fenômeno da habituação e o
desaparecimento gradual dos sintomas. È importante ainda que sejam
mencionados detalhes práticos, como o número e frequência das sessões, como
são as sessões, os temas de casa, o planejamento das tarefas de exposição e de
prevenção de rituais, as técnicas cognitivas e as perspectivas de melhora. Esses
esclarecimentos que podem ser dados simultâneamente ao paciente e aos
familiares, sem dúvida são cruciais para a adesão do paciente ao tratamento, e
para ter os últimos como aliados. É interessante lembrar que uma das estratégias
utilizadas com pacientes graves é combinar tarefas a serem feitas com o auxílio
de algum familiar.
Todas as sessões podem ser sistematicamente em conjunto (crianças,
pacientes graves). E algumas pesquisas verificaram que essa modalidade de
terapia, chamada de multifamiliar, pode ser efetiva. Entrevistas com familiares
também podem ser eventuais. É interessante realizar uma ou mais sessões no
meio da terapia, ocasião em que os familiares podem dar o seu depoimento sobre
o andamento dos exercícios, redução dos sintomas, ou impasses. Nesse último
caso é conveniente combiná-las com antecedência, que sejam realizadas em
acordo com o paciente e que não ocorram de improviso. É um excelente
momento para discutir formas de cooperação e esclarecer dúvidas.

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